terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Eurico Paz

Quero aqui tornar público meu pedido de desligamento do Partido Comunista do Brasil – PCdoB, diretório de Tarauacá.
Estive no partido por mais de uma década como militante do movimento da educação. Tentei cumprir seu estatuto e suas decisões coletivas. Acho que dei minha contribuição para o crescimento do partido e a eleição de vários camaradas em diversos cargos públicos. 
Desde o início dessa atual administração em que o partido faz parte, eu já vinha percebendo umas movimentações estranhas e muita inquietação de alguns dirigentes em relação a minha pessoa e ao meu posicionamento em defesa da minha categoria. Não foram poucas as reuniões em que dirigentes do partido queriam “me enquadrar” por conta disso. Dirigentes importantes querendo “dar carão” no presidente do Sinteac. Eu nunca aceitei esse tipo de coisa. 
Foi no PCdoB que aprendi a lutar em defesa dos direitos das pessoas mais humildes. Mas, os olhares e as prioridades do partido e dos camaradas eram somente para administração municipal e o restante teria que “compreender” isso por bem ou por mal. Tentei resistir e fazer com que os principais dirigentes entendessem que a luta dos trabalhadores em suas organizações populares deveria ser livre e independente do poder. Foi assim que aprendi. 
Tudo em vão. As pressões só aumentaram e passei muitas noites em claro refletindo sobre que decisão deveria tomar. 
Fazer um sindicalismo pelego atrelado ao poder ou exercer o que eu havia aprendido nas lutas e embates do partido, que é a resistência dos trabalhadores. 
Hoje, decidi seguir meu caminho e exercer minha função de Presidente da maior entidade sindical de Tarauacá que é o SINTEAC. Os trabalhadores me elegeram para fazer a sua defesa e não confabular com os poderosos e vender a honra de uma categoria tão sofrida.
Essa decisão não está sendo fácil. 
Esse último episódio envolvendo o sindicato e a prefeitura, por conta de não aceitarmos que o prefeito pudesse impor uma lei sem debater o seu conteúdo com os representantes dos trabalhadores, só revelou uma realidade que já se desenhava há muito tempo. Eu estava sozinho nessa luta. 
Mesmo depois de vários ataques que sofri da turma da prefeitura, nenhum dirigente do PCdoB se manifestou em minha defesa. Aliás, me telefonaram somente para me “esculhambar” por conta de minha postura em mobilizar os trabalhadores para resistirem contra esse “golpe” do prefeito. Ainda bem que alguns vereadores barraram a lei na câmara. 
Tenho informações que vão tentar aprovar de qualquer jeito. Só deixo um aviso. Não brinquem com os trabalhadores em educação. Temos histórias de lutas e resistências nesse município.  Não somos massa de manobra. Se forem votar a lei nós vamos nos mobilizar e parar essa cidade. Insistam com essa imoralidade e verão.
Devido esses últimos acontecimentos, minha situação no partido ficou insustentável. Saio com a consciência do dever de um militante comunista cumprido. Mas, não quero atrapalhar o projeto do partido e de seus membros dentro dessa administração. Agora ninguém da turma do prefeito vai mais pressionar os comunistas da prefeitura por conta da “postura do Eurico”.
Por fim, vou continuar a frente do SINTEAC, me preparar para as perseguições e retaliações à minha pessoa, minha família e “tocar o barco”.
Deixo muitos amigos e amigas no partido, mas é hora de me despedir.
Tarauacá-Acre, 30 de dezembro de 2014.

José Eurico de Lima Paz.
Quero aqui tornar público meu pedido de desligamento do Partido Comunista do Brasil – PCdoB, diretório de Tarauacá.
Estive no partido por mais de uma década com...
o militante do movimento da educação. Tentei cumprir seu estatuto e suas decisões coletivas. Acho que dei minha contribuição para o crescimento do partido e a eleição de vários camaradas em diversos cargos públicos. 

 Desde o início dessa atual administração em que o partido faz parte, eu já vinha percebendo umas movimentações estranhas e muita inquietação de alguns dirigentes em relação a minha pessoa e ao meu posicionamento em defesa da minha categoria. Não foram poucas as reuniões em que dirigentes do partido queriam “me enquadrar” por conta disso. Dirigentes importantes querendo “dar carão” no presidente do Sinteac.


 Eu nunca aceitei esse tipo de coisa.
Foi no PCdoB que aprendi a lutar em defesa dos direitos das pessoas mais humildes. Mas, os olhares e as prioridades do partido e dos camaradas eram somente para administração municipal e o restante teria que “compreender” isso por bem ou por mal.


Tentei resistir e fazer com que os principais dirigentes entendessem que a luta dos trabalhadores em suas organizações populares deveria ser livre e independente do poder. Foi assim que aprendi. 

 Tudo em vão. As pressões só aumentaram e passei muitas noites em claro refletindo sobre que decisão deveria tomar.
Fazer um sindicalismo pelego atrelado ao poder ou exercer o que eu havia aprendido nas lutas e embates do partido, que é a resistência dos trabalhadores. 


 Hoje, decidi seguir meu caminho e exercer minha função de Presidente da maior entidade sindical de Tarauacá que é o SINTEAC. Os trabalhadores me elegeram para fazer a sua defesa e não confabular com os poderosos e vender a honra de uma categoria tão sofrida.


 Essa decisão não está sendo fácil.
Esse último episódio envolvendo o sindicato e a prefeitura, por conta de não aceitarmos que o prefeito pudesse impor uma lei sem debater o seu conteúdo com os representantes dos trabalhadores, só revelou uma realidade que já se desenhava há muito tempo. Eu estava sozinho nessa luta. 


 Mesmo depois de vários ataques que sofri da turma da prefeitura, nenhum dirigente do PCdoB se manifestou em minha defesa. Aliás, me telefonaram somente para me “esculhambar” por conta de minha postura em mobilizar os trabalhadores para resistirem contra esse “golpe” do prefeito.


 Ainda bem que alguns vereadores barraram a lei na âmara.
Tenho informações que vão tentar aprovar de qualquer jeito. Só deixo um aviso. Não brinquem com os trabalhadores em educação. Temos histórias de lutas e resistências nesse município. Não somos massa de manobra. Se forem votar a lei nós vamos nos mobilizar e parar essa cidade. Insistam com essa imoralidade e verão.


 Devido esses últimos acontecimentos, minha situação no partido ficou insustentável. Saio com a consciência do dever de um militante comunista cumprido. Mas, não quero atrapalhar o projeto do partido e de seus membros dentro dessa administração. Agora ninguém da turma do prefeito vai mais pressionar os comunistas da prefeitura por conta da “postura do Eurico”.


Por fim, vou continuar a frente do SINTEAC, me preparar para as perseguições e retaliações à minha pessoa, minha família e “tocar o barco”.
Deixo muitos amigos e amigas no partido, mas é hora de me despedir.
Tarauacá-Acre, 30 de dezembro de 2014.


FONTE: FACEBOOK

José Eurico de Lima Paz.

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