terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Governo venezuelano anuncia adiamento da posse de Hugo Chávez




O governo venezuelano informou nesta terça-feira (8) que adiará a posse do presidente Hugo Chávez para seu novo mandato, programada para dia 10, devido ao seu estado de saúde. Chávez está internado em Cuba desde o começo de dezembro para o tratamento de um câncer - a quarta cirurgia do tipo enfrentada pelo líder venezuelano desde 2011.
A informação do adiamento foi transmitida pelo presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, em uma carta assinada pelo vice-presidente, Nicolás Maduro.
A Constituição diz que o presidente deve começar um novo mandato em 10 de janeiro. "A equipe médicca [de Chávez] recomendou que a recuperação pós-operatória deve estender o dia 10 de janeiro", dizia o texto. A carta não informava quando a posse ocorreria nem fornecia qualquer período de tempo para a recuperação de Chávez.
Segundo o jornal local "El Universal", o texto diz que essa ação "constitui um motivo imprevisto, pelo qual se evoca o artigo 231 da Constituição da República Bolivariana da Venezuela, com objetivo de formalizar em data posterior a juramentação correspondente ante o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ)."
O governo não informa com detalhes o estado de saúde de Chávez, e o último boletim divulgado dizia que ele está “assimilando” o tratamento contra uma insuficiência respiratória, embora ainda não tenha apresentado nenhuma melhora no quadro de saúde.
A oposição venezuelana pediu aos presidentes da América Latina que não aceitem a intenção do governo de adiar a posse de Chávez em seu novo mandato.

A Constituição venezuelana prevê que o mandato presidencial começa em 10 de janeiro, e a oposição exige o cumprimento dessa norma, defendendo que uma junta médica defina se Chávez tem condições de assumir ou se novas eleições devem ser convocadas. O governo alega que Chávez já é o presidente em exercício e que a posse é uma formalidade que pode ser adiada.

Além do mais, os chavistas conclamaram a população para que saia às ruas na quinta-feira em apoio ao dirigente socialista. O presidente da Bolívia, Evo Morales, seu colega uruguaio, José Mujica, e o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, estão entre as autoridades esperadas em Caracas nessa data.

"Com o maior respeito, peço aos nossos presidentes da América Latina para que não se prestem ao jogo de um partido político", disse nesta terça-feira o líder oposicionista Henrique Capriles em entrevista coletiva.

"Digo isso ao(s) presidente(s) (do Equador, Rafael) Correa, (da Colômbia, Juan Manuel) Santos, (da Argentina, Cristina) Kirchner, Dilma (Rousseff, do Brasil), Evo Morales. Não se prestem a um jogo de uma interpretação distorcida que um partido político quer adotar diante da ausência do presidente da República."

Capriles apontou um grande risco. "O cenário de ignorar a Constituição e da anarquia não convém a ninguém na Venezuela", disse o político, que foi derrotado por Chávez na eleição presidencial de outubro, embora tenha obtido sólidos 44 por cento dos votos.

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